MATERNIDADE ATÍPICA
o estresse das mães cuidadoras de criança com o transtorno do espectro autista
Resumo
O presente estudo teve como objetivo compreender o estresse em mães cuidadoras de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e identificar as suas possíveis causas. Para compreender o processo da maternidade atípica, termo popular criado para referenciar as mães cuidadoras de pessoas com deficiência ou doença rara, e para delinear este estudo, a seguinte pergunta foi levantada: “quais as possíveis causas para um elevado nível de estresse em mães cuidadoras de crianças com TEA?”. Diante disso, foi necessário analisar as suas vivências, e a ligação entre os desafios enfrentados diariamente e as possíveis fontes de estresse consequentes. Nesse contexto, a maternidade foi observada, por meio de uma revisão de literatura e a utilização do método comparativo, como uma experiência repleta de desafios que vão desde a sobrecarga de cuidados diários, o período diagnóstico, o preconceito social, a falta de apoio familiar, problemas afetivos e sociais, entre muitas outras variáveis. Ainda, esses desafios, somados as características individuais de cada mãe e criança, bem como o seu contexto situacional, podem resultar em altos níveis de estresse, que geram danos à saúde física e mental, além de exaustão emocional. Mediante a isso, conclui-se que as mães de crianças com o TEA estão sujeitas a vivências que contribuem para o estresse de forma que o mesmo afete a sua saúde física, mental e emocional. Sendo assim, propõe-se a criação de estratégias ou intervenções, como grupos de apoio e centros de assistência que ofereçam serviços de saúde e acolhimento para as mães, visando prevenir o agravamento do quadro de estresse materno, e a diminuição do mesmo, beneficiando assim, as mães e as crianças.
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